sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Não pule 7 ondinhas. Mergulhe na minha demagogia.


Impossível chegar ao penúltimo dia do ano e não cair numa retrospectiva.
Estaria mentindo se dissesse que 2011 foi um ano de muitas realizações, mas seria injusta se negasse a importância dos últimos 363 dias.
Segurei muitas barras neste ano, coisa de fazer qualquer halterofilista morrer de inveja. Retomei uma luta de 2008 e por presunção estou certa da vitória; aprendi - mesmo que um pouco tarde - a fazer o que tem de ser feito.
Sei que 2011 foi o ano do “quase” e para 2012 só peço um empurrãozinho amigo, no diminutivo mesmo. Já tropecei demais.
Também sei que todos costumam desejar paz, prosperidade, dinheiro, sorte no amor e meia dúzia de coisas vazias em cartões piscantes nesta época do ano. Eu só desejo a vocês um pouco mais de atitude, por mais que isso nos deixe em situações ridículas.
Mude de carreira de uma vez, emagreça com herbalife ou get a life, troque de namorado(a) ou aceite a solidão de bom grado, escolha você. Vá atrás do que é seu e de tudo que você gostaria que fosse.
Daqui a um ano, quero reler a lista abaixo e me sentir feliz por vê-la quase sem resolução. Não faço planos frustrados, só quero acreditar que o acaso fará alguns planos melhores e ficarei um tanto sem tempo para essas banalidades.

Prometo em 2012...

• fazer a minha mãe um pouco mais feliz (é prioridade, não negocio!)
• aceitar que “desculpa” é apenas uma palavra com 8 letras, e que nela não há magia alguma
• fazer 524 receitas como no filme “Julie & Julia”, porque sou dessas bobas que se inspiram em filmes hollywoodianos
• não me apaixonar platonicamente, nem desprezar um apaixonado. Sem 8 ou 80.
• aceitar mais convites (para sair, nas redes sociais etc)
• ser uma profissional mais empenhada e em publicidade. Chega de velar o jornalismo.
• guardar mais dinheiro

e algumas coisas que merecem segredo. E aí, com quantas promessas você pretende se enganar neste Reveillon?

domingo, 18 de dezembro de 2011

Protest For Dummies


Agora que todos já mostraram suas versões para o encontro de um pitbull com a enfermeira que matou um yorkshire, permitam-me fazer uma análise.

Tenho 5 yorkshires em casa e obviamente fiquei abalada com o ocorrido. Demonstrei indignação, xinguei, assinei petição online e toda parafernalha que apareceu pela frente. Não vou dizer que me sinto mais cidadã por isso, pois não sou, mas tenho plena consciência de que nada além disso poderia ser feito por mim.

Não ouso erguer qualquer bandeira incitando mais violência. Posso falar as minhas besteiras no calor do momento e imaginar incontáveis formas de tortura, mas é a minha primeira reação, o meu instinto selvagem. Não prolongo a bestialidade.
Concordo que tal mulher desequilibrada deva pagar por isso e me consome saber que a pena para um crime tão brutal seja irrisória.

Notem que falo do crime da enfermeira contra o seu cachorro, sem comparação com outros crimes. Foco. O fato da vítima ser um cachorro não ameniza o ato.

Vocês precisam descer desse muro.Que raio de defensores dos animais vocês são quando implicam "se ela faz isso com um cachorro, o que não faz com uma criança?!"? Primeiro o cachorro é frágil por ser um yorkshire e comparam como seria a situação se fosse um pitbull, agora ele é um ser que poderia ter se defendido e a criança é mais indefesa do que ele?
Ou seria a vida do cachorro de uma categoria mais baixa e vocês estão se esquecendo de que toda forma de vida é sagrada? Se querem protestar, ao menos saibam do que estão falando.

De toda essa mobilização, fica apenas uma mensagem no subconsciente coletivo: a população julga que o que ocorreu foi uma infração menor, e a punição deve ser proporcional.

Li muitas mensagens condenando a atenção dada ao caso, todos os demagogos da alta temporada Natal-Reveillon lembrando das crianças que passam fome na Somália e não pude deixar de rir. Não que eu seja sádica, mas diante do caos de mais uma revolução coitadística, fui obrigada a rir.

Por que temos essa mania de lançar um problema sobre outro e ignorar o que precisa ser feito naquele exato instante? Um cachorro foi assassinado e queremos justiça PONTO
Ainda sabemos que mundo a fora pessoas passam fome, que os políticos nos roubam e outros crimes são cometidos contra PESSOAS.

A cada vez que soterramos uma injustiça com nossos problemas maiores, nos mostramos rasos como um pires. Uma camada por vez, por favor. O sistema é brando por nossa culpa. Nós ditamos as prioridades. Cada caso é um caso. Parem tanto de menosprezar a vida do cachorro ditando uma lista pré-pronta para levar ao microondas e servir crocante, quanto de incitar o assassinato da agressora.
A não ser que alguém aqui conheça uma boa agência de viagens que faça o roteiro Goiás-Inferno, o lugar dessa pessoa é na cadeia.

Extravazem, mas não se alimentem disso.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O dia em que NÃO fui seduzida pela webcam


Já faz algum tempo que conhecer alguém pela internet perdeu a aura de tabu. Existe uma infinidade de ferramentas que facilitam o processo. No entanto, sinto que fui vítima do Skype no último fim de semana.

Nunca estou apta ao uso. Sou do tipo que anda em casa como uma mendiga, mas resolvi encarar um bate-papo mesmo assim. Sempre penso que em tempos de guerra, urubu vira galinha. Não levo a sério.

Imediatamente após a abertura da imagem, tive longos 2 minutos de um close incômodo que mostrava uma língua serpenteando lábios finos, como se eu fosse um suculento sanduíche do Burger King. Por alguns instantes, me senti presa em uma música grudenta do Michel Teló. E falando sério: assim vocês me matam mesmo!

Dizem que sexo é uma arte, mas nunca imaginei que fosse de gênero cômico.
Vivemos num tempo em que a sexualidade é exacerbada pela mídia e todo indivíduo cria para si uma noção do que é sexy sem o menor exame de consciência. Bom senso e instinto estão fora de moda. Viramos bolo de caixinha, basta acrescentar alguns ovos e leite, e tem gente levando isso muito a sério. Podem me xingar pelo quadro terrível que acabo de pintar em suas mentes.

Perdi as contas de quantas fotos íntimas já recebi. Tenho um email cheio de caralhinhos. Sinto-me como o personagem de Lima Duarte em "Os sete gatinhos" que vai cagar e tem caralhinhos voadores desenhados na parede do banheiro.

O que há de tão erótico em um pênis ereto? Que tipo de comentários esperam da minha parte? "Muito bonita a cabeça. Design anatômico, parece confortável...posso sentar?". Perdeu-se a noção do ridículo.

Homens não são excitantes quando beijam seus músculos - vamos combinar: braços grandes qualquer bonecão de posto tem! - e mulheres não despertam nada além de risos quando jogam o cabelo para o lado.Atitudes teatrais são broxantes!

Não que eu seja lá muito saudável, mas neste caso, prefiro comida natural. Esse povo que se pede para viagem é caro e faz mal para a saúde.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

"Bloco do Eu Sozinho"

Passando por cima de qualquer discussão sobre gostar de Los Hermanos, venho dividir minha percepção social nos últimos tempos.


Não sei se acontece somente em São Paulo, mas tenho notado que estamos cada vez mais sozinhos. E o pior: estamos assim por opção.
Reduzimos o nosso espaço e colaboramos com a solidão.


Procurando imóveis, notei que é grande o número de apartamentos de apenas um quarto. Um casal? Não. Um solteiro. O casal sempre escolhe um apartamento de 2 quartos. Finge que o quarto vago servirá de escritório, mas na verdade é só um espaço para visitar quando a vontade de esganar o outro se tornar insuportável. É um daqueles acordos silenciosos que fazemos.


Até mesmo os carros estão encolhendo. Todos querem compacto e confortável, como a zona em que se encontram. Penso que uma pessoa que escolhe viver sozinha se encaixa em dois extremos: ou sente muito medo de se arriscar numa relação e ter que se refazer se algo der errado, ou é a mais bem resolvida de todas. Posso garantir que todos nos sentimentos inseridos no 2º bloco.


Nos apegamos a animais de estimação porque são fiéis, nos amam até em bad hair day. Os filhos são opcionais. Invertemos as regras do jogo.


De fato, preciso reconhecer que precisamos ser muito ousados para dizer "quem manda nesta porra sou eu!" e finalmente agir. Sim, agir. Falar é fácil. A responsabilidade pesa nos ombros quando percebemos que somos os únicos a arcar com as despesas. Um amigo que sentiu sua posição ameaçada no trabalho se queixou comigo dias atrás "Eu não posso perder o emprego! Tenho um cão para sustentar!". E é bem por aí mesmo. Viramos gente quando passamos a ser responsáveis por outro ser, não necessariamente uma pessoa.


Alguns de nós saem de casa por uma pressão estúpida da sociedade que obriga todos os filhos acima de 30 anos a abandonarem a casa dos pais. Outros porque querem uma liberdade que finda em um mês. Festas de virar a noite, gente dormindo no chão.
Você não quer isso. Você vira a sua mãe.
Começa a selecionar melhor os seus amigos e pensamentos sobre "más influências" invadem a sua cabeça. Passa até mesmo a cozinhar de avental - antes de se convencer de que o delivery é uma bênção divina.
Faz barulho com as chaves para não se sentir tão só.


Outros se jogam no trabalho num salto mortal carpo triplo e entram no lar doce lar apenas para dormir. Só caem na real na hora de lavar a roupa. E não é que é verdade que as cuecas/calcinhas não são auto-limpantes? Andar pelado pela casa por 10 minutos e se sentir estúpido demais por isso mudará os seus conceitos.


Eu sei que é legal ter um espaço para si onde você possa curtir todos os seus hábitos nojentos, como espremer espinhas e peidar no sofá da sala (se ele existir) assistindo ao jogo do Manchester United. Sim, é verdade! Você tem o melhor pacote de tv a cabo.


Alimentação? Quem? De segunda a sexta dá para enganar com o pessoal do trabalho na hora do almoço e a happy hour é quase obrigatória. Nos fins de semana, só Deus sabe!


Algum solitário se intitulou "boêmio" e isso deu um tom mais importante à condição. É cool, como ser publicitário nos anos 90. Hoje é mais legal ser hairdresser ou "atacar de DJ".

domingo, 2 de outubro de 2011

Modus Operandi

Posso ter lá as minhas dúvidas sobre muitas coisas, mas de uma eu tenho certeza: sinto cheiro de golpista a quilômetros! Engana-se quem classifica uma mulher assim como "sem categoria". Pelo contrário, devemos catalogá-las.

Ser um homem feito não é critério para se sentir imune. Sempre existirá uma mulher que o deixe de quatro. Diz que não quer compromisso para testar o comprimento da coleira. Ela precisa saber quão envolvido você está e até que ponto pode ser manipulado. Sabe aquelas discussões que surgem do nada? Pois é.


Dizem que barriga não segura ninguém, como se 24 anos de Pensão Judicial - porque é óbvio que o filhinho vai para faculdade - não fosse castigo suficiente. Pensão que muitas vezes passa longe de qualquer fralda. Paga-se do leite à vodka que a distinta irá consumir.

Meu querido leitor deve estar se perguntando "mas que otário cai numa dessa?". Eu respondo: todos. Ela não quer usar camisinha porque "Meu amor, você não confia em mim? Você acha que eu tenho alguma coisa? Está pensando que eu sou uma qualquer?" e lá vai o sujeito sem capa de chuva.
Caso a chantagem emocional não funcione, saibam que haverá um problema de saúde. O médico dela disse que ela está com uma irritação na vagina, e é alergia ao látex. Tadinha! Mas ela vai tomar pílula. Como o santo é de barro e você não vai controlar a hora do remedinho, aconselho que seja o namorado mais atencioso do mundo e a acompanhe ao ginecologista. Pergunte pelo anticoncepcional injetável. Dura 3 meses e você pode acompanhar a aplicação na farmácia.


O golpe pode ser velho, mas ainda há quem se faça de virgem. Nada que transar no último dia da menstruação não resolva. "Ah, mas dá para sentir que não". Engana-se.
Existe uma tal de "pedra-ume" que faz milagres. Contrai qualquer vagina desde 1900 e bolinha. Basta uma chacoalhada dentro de uma bisnaga cheia de água morna e...lavou, está nova.


Como sei disso tudo? Ouvindo com atenção os relatos das amigas. Já faz algum tempo que aprendi que a melhor forma de conhecer uma pessoa é permitindo que ela fale. Já tive muita amiga biscate! Se os homens pensam que o papo é pesado no ambiente masculino, aconselho que jamais queiram ser a mosca que ronda a nossa sopa.

Não posso esquecer das que parecem desinteressadas. O namoro não é bem aceito na sua casa, e a família dela abre os braços. Dá casa, comida e roupa lavada. De graça? Atualmente, nem ônibus errado. Tudo é investimento. Não precisa ser nenhum Sultão para atrair uma interesseira. Estabilidade é recurso escasso e até mesmo um estudante universitário é visado. O que o sogrão tem? A moça também não precisa ser pobre. Eu mesma reconheço que adoro ganhar o meu próprio dinheiro, mas na hora de escolher alguém, dou prioridade a quem tiver a melhor situação financeira. Toda mulher faz isso - dentro da sua realidade; quase nenhuma admite.

Sexo é moeda e precisa de controle. O câmbio pode ser muito instável. Inclusive, algumas ganham até mais do que seu parceiro. É apenas uma questão de balanço. Ninguém mais quer casar para dividir ou subtrair. Casamento é soma. No caso das moças que cito, é multiplicação.


Por isso, aconselho: não pensem que estou sendo cruel ou radical. Estou sendo a melhor amiga que vocês poderiam desejar. Há uma linha tênue entre mulher interesseira e mulher interessada.

sábado, 1 de outubro de 2011

Estado musical: numa amizade colorida

Tenho uma relação especial com a música e confesso que não me importa muito o gênero. Serve tanto como ferramenta de fuga, quanto de protesto e acredito até que para fins medicinais. Quem nunca recorreu a ela nos momentos de depressão? Somos reféns de letra e melodia.

Costumo dizer que cada indivíduo que se relaciona comigo, da forma que seja, possui uma coletânea e nem desconfia disso. Fazer o quê, sou estranha e adoro mergulhar na minha esquisitice.


Vejo muitas críticas ao cenário musical atual e considero um dramalhão. Não somos capazes de escolher qual música queremos ouvir? Não vejo o menor motivo para criticar gêneros que não me agradam como se fossem alguma doença contagiosa. Minha playlist tem The Cure, The Strokes, Fernando & Sorocaba, hits do carnaval de Salvador... Mais me importa a letra. Pesquiso todas, mesmo que a música seja nacional. Não tenho o ouvido muito treinado.

É fácil criticar a música sertaneja por só tratar de dor de corno, mas quem é que não tem as suas? Quantas bandas internacionais super(estimadas)cultuadas não tratam do mesmo tema? Brasileiro adora bajular gringo. Exporta uma Bossa Nova insossa para inglês ver, pensa que está abafando e sufoca a liberdade de expressão de quem fizer diferente. Não aguento mais ver celebridades internacionais batucando "Garota de Ipanema" em caixinha de fósforo. Gente, vira o disco!

Quantos compraram ingressos para o Rock in Rio pensando nas atrações nacionais? Tratamos nossa música como se fosse brinde. Por essas e outras não dou muita conversa para patriotas de Copa do Mundo.


E qual que é o problema do Restart mesmo? Ah, eles usam calça colorida? Minha nossa! Que ato obsceno. Alguém por um acaso já teve a curiosidade de assistir a um show deles, mesmo que pelo Youtube? Quem teve, sabe que o show inteiro é uma declaração de amor aos fãs, uma troca de energia positiva. Intensidade é a palavra.

Não sou fã deles, mas admito que tenho duas de suas músicas na famigerada playlist. Animam. Vocês que apontam os integrantes como gays por seus trajes, levantam a bandeira contra o preconceito aos homossexuais. Santa discrepância!


Tudo que espero de uma música é que ela me leve a um estado emocional; da melancolia ao êxtase. Não obrigo quem me cerca a aceitar ou recrimino nossas diferenças. O mesmo penso sobre filmes, livros, times, religiões e todas as coisas que dizem que não se discute.

Odeio lavagem cerebral.Afinal de contas, que manual é esse que foi distribuído à sociedade no dia em que faltei ao mundo? Onde está escrito que preciso ser fã do Woody Allen e querer dar para o Chico Buarque?


Por toda a minha vida, vou me dar a liberdade de ouvir um xote para dançar abraçadinho, música "colorida" para animar, Lulu Santos para sentir saudade, e assim por diante...abra a cabeça e pare de se negar prazeres. Se não funcionar, procure o seu médico. Eu procuraria.

sábado, 24 de setembro de 2011

A coisa está preta!

Nada mais comum do que ouvir de um carioca que "tem neguinho" fazendo isso ou aquilo. Somos preconceituosos por nossos trejeitos? O tal do "neguinho" é referência a qualquer indivíduo.
Mesmo que fosse referência a um tom de pele, seria racismo? Devo sentir medo de falar o título do post em voz alta?


Penso que o preconceito toma forma quando procuramos contorná-lo. Está enraizado. Falamos que é aquele rapaz de cor ou moreno, como se ninguém no mundo avistasse um negro alto e forte e chamasse de "negão".
Não se pode mais respirar fora de compasso que alguém veste a camisa dizendo que é preconceito.

Claro que não saio por aí taxando as pessoas disso ou daquilo, mas não me proibo palavras. É apenas uma cor. Desde que não haja um contexto pejorativo, não vejo discriminação. Condenem-me. A loira pode ser a loira, o baixinho é o baixinho e o negão sempre será o negão.

Ninguém acha que você é infeliz por ser negro, mas experimente ser gordo! Parece fazer parte de uma sub-categoria na escala humana. As pessoas não puxam papo, sentem pena sabe-se lá do que, e dificilmente você conseguirá comer em público sem passar por alguma humilhação. Talvez seja um problema maior para as mulheres do que para os homens. Toda turma tem um gordinho gente boa. Já a gordinha fica eternamente com aquele rótulo de mal humorada porque vive na defensiva.


Não existe essa história de gente que está fora de forma e é bem resolvida. É só alguém que disfarça muito bem. Não se aceita o que nos rebaixa. Vivemos para agradar os outros. Vamos abrir o jogo! Já dizia Jacques Rousseau que é preferível ser alguém de paradoxos que de preconceitos.


O diagnóstico popular causa angústia: "e por que não toma uma atitude?". Diga, meu amigo, todo mundo tem um vício.
Beber, fumar, jogar. Mais da metade da população mundial gosta de comer e não consegue controlar isso. Será que essas pessoas precisam de ajuda? Talvez, mas acredito piamente que a única pessoa que pode nos ajudar somos nós mesmos.

Aconselho que sempre que derraparem - e isso acontecerá -, se levantem e que seja de um trampolim. Mudar de ambiente e conhecer pessoas novas é apenas um paliativo. Pessoas novas só são boas por que ainda não tiveram a oportunidade de nos decepcionar.


Refletindo sobre a reação da sociedade em geral aos que fogem ao padrão, pergunto: só pode se queixar de preconceito quem é negro ou homossexual? As demais categorias devem aguardar seu espaço no noticiário?

Quero proteção para a loira taxada de burra, o gordo que incomoda por si só, os pobres que sofrem o olhar de nojo das vendedoras, os nordestinos que não podem crescer sem um olhar de repreensão dos sulistas, e quem mais se sentir injuriado. Ou será que a Constituição serve apenas ao homem branco, em forma e engravatado? Ninguém deveria ter o direito de ferir a auto-estima do outro.


Sinto que voltamos a 1997 e depositamos todas as nossas esperanças em um tal de cachimbo da paz. Será que as pessoas realmente fazem alguma ideia do que seja o preconceito de verdade? Não estou dando lição de moral. Parafraseando Cazuza: só estou cansada dessa babaquice, caretice, dessa eterna falta do que falar, e quem quiser que me chame de exagerada.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

"Máscaras de oxigênio cairão..."

Meu medo de gente grudenta é proporcional ao medo que sinto daquele espírito que me persegue quando vou ao banheiro de madrugada. Dou uma corridinha clássica.

É claro que ninguém gosta de ouvir “preciso de espaço”. Dá vontade de alugar uma kitnet para o indivíduo entre um anel e outro de Saturno para que ele veja o que é turbulência de verdade!

Sinto informar aos românticos incuráveis, mas cientistas [insira a nacionalidade aqui] afirmam que existe mesmo limite para tudo.

Ligações de madrugada? Necessidade de ouvir “eu te amo” todos os dias, de volta e por extenso? Eu realmente entendo a frustração de ouvir um “também”; parece que ganhamos bala de troco, mas não há necessidade de fazer drama. Sequer significa que o seu parceiro goste menos de você. Resista a esse impulso infeliz de se declarar só porque as coisas andam bem.

Sentiu vontade de ligar de madrugada? Por que você não vai se foder? É sério! Masturbe-se. Passa. Você tem a minha palavra!

Virar e revirar o travesseiro só para sentir aquele geladinho de novo também funciona, mas eu ainda prefiro a primeira opção.

Já que estamos nesse pé, vamos combinar mais uma coisa: ele não deve ser obrigado a assistir “Top Chef : Just Desserts” ao seu lado. Cada um tem o seu ideal de diversão e caso seja possível conciliar, sinta-se abençoada.

Beijo de língua ao acordar? Minha amiga, você assiste muita novela.

Ser implacável nas redes sociais também é uma iniciativa fundamental para ser expulsa da Matrix. É óbvio que 90% das amigas dele são flertes antigos. Os outros 10% são distribuídos entre parentes, amigas feias e amigas das amigas que ele um dia quis pegar.

Não adianta insistir que ele apague o telefone das distintas. O máximo que conseguirá será transformar “Andréa” em “Andinho”. Pare com isso. Não existe fórmula no mundo que impeça um homem de trair. Não importa quantas vezes você faça o estilo Falamansa e escreva o nome dele na areia dentro de um coração lindo na Praia Grande.

Se ele quiser, acontecerá. Portanto, não perca mais o seu tempo verificando cada atualização de suas redes sociais, pedindo senha e fazendo interrogatórios.

Pode ser que eu seja um tanto fria no meu raciocínio, mas gosto de pensar que sou apenas alguém que prefere aplicar o fogo na coisa certa. Repensem.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Querido desamor...

Inúmeras vezes me perguntou por que nunca implorei você. Não sabe se dá coices ou pede para ser meu amigo. Tem uma forte tendência a esnobar para se auto-afirmar, como se alguém estivesse realmente correndo atrás de você. Talvez para limpar a sua bunda. Admito que estou espantada por vê-lo nesta foto de cueca, e não usando uma fralda.
Dizem mesmo que quem bate, esquece.
O que esperar de um sujeito que sequer se interessa em ganhar o próprio dinheiro? Ostenta o cargo dos pais, enche a boca para dizer que as mulheres caem aos seus pés pelo sexo e pelos seus bens. Sinceramente, não vi nada demais. Ambos dependem inteiramente de outra pessoa.
Tem sempre uma exigência para fazer, como se o mundo existisse para lhe servir. Sinceramente? Boa noite, Cinderela.
O meu vidrinho de perfume que está no seu quarto pode ser doado a qualquer mulher. Não me importo e até agradeço que espalhe um pouco de elegância para as menos favorecidas. Inclusive, permito que o utilize para disfarçar seu odor de leite.
Também não gosto de ser exibida como um troféu e sofrer cobranças como quem deve a um cartão de crédito.
Suas opiniões são tão coerentes quanto um menu de restaurante chinês. Agradeça pela minha generosidade em considerar que você tenha alguma opinião. Não me considero um gênio, mas tenho certeza de que o seu nível intelectual não serve sequer de tapete ao meu. Depende de mim para avaliar seus textos, não matar seus leitores de tédio e desconhece as coisas mais triviais, como uma torta holandesa. Vale a pena reconhecer que você estava certo quando se questionava "o que uma mulher como você quer comigo?". Diversão. Até hoje me divirto às suas custas.
Previsível como sempre foi, posso adiantar que dirá que estou estressada. Não, não é o caso. Estou incomodada com as suas aparições no meu celular, tempos após o fim.
Fazendo uma breve análise, posso concluir que me envolver emocionalmente com você me isenta de fazer caridade no natal. Sua progenitora é um capítulo à parte e me recuso a dissertar a respeito. Quem sabe se um dia eu fechar um contrato com uma grande indústria de gêneros sanitários. Mandarei imprimir as qualidades dela em cada rolo de papel higiênico. Vou encerrar por aqui sabendo que não sou Jack Nicholson, mas que posso dizer com toda convicção: VOCÊ NÃO PODE SUPORTAR A VERDADE!
Mas você pediu, e eu amarro o burro à vontade do dono.

Beijos com muito carinho,

ps: Nem penso em processo. Você tem nome? Rosto? Minha liberdade de expressão gritando dentro de um saco de papel. Sinceramente, você me parece obra da minha imaginação.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Swing e simpatia

Pode parecer nome de grupo de pagode, mas é uma prática cada vez mais aceita entre casais. Você ousaria fazer sexo com mais de uma pessoa? Permitiria ser observada pelo seu parceiro e meia dúzia de estranhos? Será que você quer fazer parte desse clube que brinca de médico sem fronteiras? O playground é aberto a todos. Existem casas noturnas especializadas no gênero, onde casais anônimos se divertem e se entregam ao prazer com o simples requisito “simpatia”. O tesão se traz de casa.
Talvez toda mulher deva experimentar de tudo. Por experiência própria, sei que quando falamos nossas fantasias em voz alta, elas se tornam mais palpáveis. Devemos aprofundar o conceito de que “o orgasmo está na ponta da língua”. Literalmente. Dizem que não existe fórmula certa a se seguir quando se trata de relacionamento, mas apresentar segurança é fundamental. Não tenha medo de que ele pense que você é vulgar. Conheço homens que chamam mulheres de vagabundas pelo simples fato de não terem acesso a elas.Essa fatia da população masculina guardamos num tupperware e comemos mais tarde.
Também não há espaço para o ciúme. A ligação é sexual. Quem não souber deixar o emocional de fora, talvez seja o indivíduo mais exposto.
Confesso que a ideia do swing me atrai apenas para assistir. Ser espectadora e criar expectativas. Enxergo como um set de filme pornô. Que mal há em se entregar aos bastidores da fantasia? watch and learn. Sem preconceitos.
Se te deixar mais à vontade, saiba que há tempos o tema caiu nas graças do cinema e garanto que não é preciso se aventurar nas sessões mais sombrias da locadora para encontrar uma mostra. A gradação sexual vai de “De Olhos Bem Fechados” (1999), com Tom Cruise e Nicole Kidman, a “Calígula” (1979). Sentiu curiosidade? Nada como começar assistindo.

ps: postei esse mesmo texto no Vestiário Feminino há algum tempo, mas é aquela história do filho pródigo.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

"Sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão..."

Dizem que estou numa idade em que ainda se acredita que seja possível mudar o mundo. Sequer sabia que esperança e atitude possuem prazo de validade.
Não que eu espere salvar o mundo das cáries, mas devo mudar pelo menos o meu país.
Pode ser muita presunção minha me julgar tão importante, mas tenho consciência do meu potencial. Seria injusto estender a minha mão a alguém e dizer "confie em mim", se eu mesma não acreditasse nisso. Por falar em "pode ser", existe proposta melhor do que a do comercial da Pepsi? Antes mesmo que a ideia fosse lançada, eu já levava como estilo de vida. Por que não topar algo inusitado? Um convite? Assumo riscos, e vez ou outra eles me partem a cara. Mesmo assim, gosto do que faço. O mesmo convite é feito pelo filme "Sim, senhor!", com Jim Carrey, e eu não poderia achar mais brilhante.
Costumam dizer que estar perdido como cego em tiroteio não é sinônimo de coisa boa. Discordo. No escuro aprimoramos nosso tato, e como as pessoas andam precisando disso! Não me importo em levar algumas balas. Custei a compreender quem se nega prazeres desconhecidos, mas agora aceito que se protejam. Meus riscos são morais e emocionais. Quanto aos físicos, guarda levantada.
Estive pensando por que muitas vezes ouço dos amigos que sou uma rocha, que admiram a minha coragem e mais uma rasgação de seda sem limites. Será que no fundo eu não sou só inconsequente? [que falta me faz o trema!] Talvez eu seja um pouco mais frágil do que imaginam. Preciso de proteção, colo, e mais do que um travesseiro para esmurrar quando tudo dá errado.
Ainda acredito em todos os clichês que a vida insiste em derrubar: no amor, na amizade sem interesse, na sorte lançada.
Brincar com a sorte deveria exigir fiador ou pelo menos garantia de que nas três primeiras vezes tudo vai dar certo.
Não digo sempre "sim", pelo contrário, sou fã de "talvez" e do tal de "pode ser"; gosto do benefício da dúvida. Acredito que só tenha adotado essa filosofia por ter deixado escapar entre os dedos pessoas importantes, situações transformadoras, experiências surreais. Está aí uma palavra que muitos usam para definir a mim e as minhas atitudes: surreal. Provável que muitas vezes "surreal" substitua com delicadeza um "sem noção", mas ainda assim, sinto-me lisonjeada. Uma vida de puro controle não me traria satisfação.
Sei que muitas vezes saio da linha e tenho lá minhas dúvidas se sou o bêbado ou o equilibrista, mas valeu, João Bosco! Valeu, Elis!

"Dança na corda bamba
De sombrinha
E em cada passo
Dessa linha
Pode se machucar...
Azar!
A esperança equilibrista
Sabe que o show
De todo artista
Tem que continuar..."


domingo, 28 de agosto de 2011

"...mas ele vem com bagagem!"

Não, não estou falando de um namoro de ponte aérea. Foi com essa frase que uma amiga me contou por que pensa em abandonar um grande amor: porque ele tem um filho.

Sabemos que novas expectativas de relacionamento trazem consigo antigas ilusões.

Você - que é exigente por natureza e sádica por opção - começa a cobrar itens como: photoshop ocular, reconhecimento intelectual, cavalo branco, pôr do sol, mar com temperatura entre 22°C e25°C, uma porção de fritas e um milkshake de Ovomaltine com cobertura extra. Também gostaríamos de pedir uma promoção sem ex-namorada e com sogra caramelizada. Talvez sejamos atendidas em 40 mi...lhões de anos.

Confesso que fiquei surpresa com a reação de uma amiga que sempre me pareceu tão acolhedora. Não sei se falo pelo meu instinto maternal aguçado, mas não veria problema algum em conviver com o filho do meu parceiro. Buscar na escola? Jogar videogame? Aturar ciúme da mãe? Rebeldia de adolescente? Tudo bem! Todo mundo tem história. A do meu parceiro teria evidências. Eternas. Querer disputar atenção com uma criança é vergonhoso e não existe a opção “em cima do muro”, a não ser que seja uma nova brincadeira. Ou você abraça todo o pacote, ou volta a caçar potes de ouro no fim do arco-íris.

Impossível ter um relacionamento saudável sem investir em jogo de cintura e bom senso, até mesmo se isso significar relevar os defeitos mais irritantes, como aquela maldita mania de deixar a tábua do vaso levantada. O ronco - que também é meu pecado -, as patadas, crises financeiras, de meia-idade...desde que não abuse da sorte.

Jamais ousaria afirmar que sou um ser evoluído e que passo pela rotina sem dizer nenhum caralho libertador. O “caralho” é um fator decisivo em nossas vidas. Nascemos graças a um; em meio a alguma discussão, sempre seremos bem recebidos em sua casa, e é por ele que chamamos quando levamos um susto.

Apenas tenho a concepção de que as pessoas poderiam simplificar situações em vez de cavar crises.

Minha mãe, que é leitora assídua do meu blog, talvez se espante com a minha posição sobre o tema, já que sempre teve uma opinião diferente a respeito. Mas nada se compara ao dia em que descobriu – neste mesmo blog – algumas das minhas preferências sexuais.

Então, mãe, desculpa, mas eu criaria o filho de outra pessoa. Mais um item a se aceitar.

Quanto a minha amiga, bem...deve ser a única mala da história.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Danoninho Ice

Uma onda de casamentos. Uma epidemia de divórcios. Culpa de quem? Dessas balzaquianas desesperadas e desses comedores de botequim.
A mulher é perseguida por um tal de relógio biológico e o homem começa a ficar de saco cheio de comer PF e usar camiseta de ano novo quando não sobra mais roupa limpa. Geralmente, eles só querem acomodações de bordo - cama, comida e roupa lavada -, mas se vier um rebento...bem, são os termos do contrato. Ali mesmo na maternidade é definido que aquele ser de 50cm que mal sabe controlar o próprio cocô é palmeirense ou corinthiano.
Em raros casos, o casal terá suas expectativas atendidas. Grande parte das mulheres trabalha fora e entrega o bebê tão desejado nas mãos da primeira babá ou creche que aparece. Que lindo bibelô ela tem em casa!
O homem continua lavando a própria roupa - e aí tem a brilhante ideia de contratar uma empregada -, ainda come PF e tem despesas com coisas que nunca imaginou na vida. O que afinal é SpectraBan-T? (há uma discussão na comunidade científica que especula ser base ou protetor). Compra pensando em sacanagem. Está ali na lista da drogaria, só pode ser coisa boa.
Ela pede absorvente e ele traz o mais barato. Uma pena que ela quisesse ultrafino, com camomila e sem abas. Nem vou entrar no mérito do absorvente interno e seus tamanhos. Briga de foice!
"Liberdade" é uma palavra completamente descaracterizada no território do casamento. Não demora muito a ser aplicada em acusações como "você dá liberdade demais pra essas vagabundas". Amigo, não deseje mais liberdade. Não mesmo.
O cenário é de duas pessoas frustradas que encaixam uma criança num cronograma absurdo, entre o reencontro com os colegas da faculdade e o salão de beleza. Torna-se um item a mais, acessório. Por isso, indico: querida mulher que sente medo de ficar velha demais para reproduzir, congele o seu óvulo. Querido homem que deseja uma parceira como auxiliar de serviços gerais e tem medo de não deixar um herdeiro: contrate uma empregada e paparique um sobrinho/afilhado/filho do melhor amigo.
Apressado come cru. Deixem o amor de verdade crescer.
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ps: eu sei que estou bem em falta nas respostas de comentários, mas na segunda-feira virei com calma :)

ps2: não tenho nada contra casamentos. Falo de casamentos entre pessoas que fazem do ritual uma etapa obrigatória na vida, se desesperam com a idade e a rotina. Pretendo me casar um dia. Não se afetem por besteira.

ps3: sempre tem um ps! rs

terça-feira, 28 de junho de 2011

Sexo à manivela

A Avenida São João foi o meu primeiro endereço em São Paulo. Na época, os bingos ainda não eram proibidos e eu podia ouvir cada número sorteado, mesmo morando no 18º andar. O sortimento de barulhos era um prato cheio para minha imaginação fértil. Um antro. Ia a pé para a escola e os meus 14 anos não me permitiam ignorar os pôsteres de filmes pornôs logo na esquina de casa. Esquecia até mesmo os nigerianos que traficavam drogas no local. Talvez eu não observasse com a discrição que imaginava ter.
Uma coisa era peculiar: por que colocavam estrelinhas para tampar os orifícios? Curvas, posições, caras, bocas e títulos de filmes já não davam mais do que uma sugestão? As pessoas superestimam buracos.
Pior era imaginar quem frequentaria um lugar daqueles. Masturbação exige privacidade, poxa! Não consigo imaginar dezenas de homens numa sala se tocando e se achando os mais viris por isso. Perceberam o paradoxo? Nem vou entrar na questão da higiene. Certamente não vendem baldes de pipoca. (Eu realmente gostaria de saber quanto custa um ingresso de cinema pornô. Caso alguém possa me informar...)
Quando fantasio, levo homens para uma cama imaginária, king size, forrada com lençol de algodão egípcio e almofadas prateadas de seda, e eu posso garantir que o distinto rapaz está sempre perfumado! Nem me venham com estória de suor, cheiro de macho e blablabla.
A questão é: que tipo de homem ainda tem tempo de se masturbar com tanta mulher dando fácil? Ser fácil não é ceder no 1º encontro, e ser difícil não é ceder no 10º encontro. Uma mulher que faz doce até não aguentar mais, não passa de uma hipócrita. E doce que passa muito do ponto vira rapadura. Quem é que gosta de comer? Enjoa. Transar não é questão de tempo, mas de empatia, química. Particularmente, não me serve qualquer homem. Precisa ser alguém apaixonante. Nunca fiz sexo casual! (eu deixo vocês duvidarem! rs)
Sair com alguém com a imediata necessidade de transar é deprimente. Sexo com hora marcada aceita cartão de crédito, certo? Os mais prevenidos podem usar o PagSeguro?
É muito melhor conhecer a pessoa, descobrir uma afinidade e permitir que o sexo seja bônus. Fantasias e provocações são bem-vindas, mas treino é treino e jogo é jogo. Homens, vamos deixar a preguiça de lado e sair dessa vida de punheta? Conquistem alguém! Confiem em mim: sexo com cumplicidade não tem comparação.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Sabedoria de biscoito conta?

Não quero pisar no calo de ninguém, pelo menos, não um alguém em particular. Apenas preciso dar uma chacoalhada.

Tenho notado uma tendência de comportamento entre pessoas que foram abandonadas por um grande amor: a pregação do poliamor. Não condeno a forma de pensamento, pois já fui adepta da prática, mas lamento que seja adotada a longo prazo.

Todos que já tiveram um relacionamento sério já sonharam em juntar os trapinhos e nunca mais ter que fazer esforço ou contar com a sorte para encontrar a pessoa certa. Parecia tão perfeito, não? Impressionante como o fim não estava em nossas mãos. Se possível, faríamos a pessoa refém das nossas vontades. Por mais cretino que tenha sido o motivo do fim, ainda custamos a sentir algo diferente de amor.

Ser trocado por outra pessoa dói, mas passa. Ser trocado por um objetivo é muito mais doloroso. Por que não podemos acompanhar o passo? Viramos pedra no sapato? Engolimos aquele "preciso de espaço, estou num momento muito importante da minha vida profissional" a seco. Passamos por ridículos. Não seria melhor ouvir um ríspido "Olha, querida(o), deu no saco! Você não me leva a nada. Vou sair, viajar, me envolver com outras pessoas e você que se exploda"? Passam tanta vaselina que custamos a entender que aquela pessoa não é tão boa assim. Ainda desejamos que ela seja muito feliz! Endeusamos a perda.

Quando finalmente caimos na real, passamos a desprezar todo tipo de relacionamento. Uma pessoa só não é o suficiente, como se o par perfeito fosse um quebra-cabeças de 1000 peças. E assim vamos perdendo pelo caminho o gostinho do romance, desperdiçando boas oportunidades, pessoas que não nos trocariam por uma oferta.

Por mais clichê que seja, uma mensagem de biscoito da sorte me fez pensar no assunto. Lá estava o papelzinho "Não julgue um amor futuro pelo sofrimento de um passado". Vamos aproveitar a sabedoria - e os números de loteria no verso.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O melhor partido

Gosto de um trecho de Amyr Klink que diz "Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu". Viajar não é problema, mas por que eu me atreveria a um destino de areia movediça? Gosto de estabilidade. Não suporto provações, cobranças, e se houver chantagem, adeus.Não faço questão que seja meu.
Não recuso amores por falta de interesse, mas porque enxergo todos como investimentos a longo prazo. Você é um bom investimento? Minha satisfação é posta ao lado da frustração que me trouxer. 50% já não é o suficiente.
Devo ter me apaixonado umas 15 vezes somente neste ano. 14 por mim. Sou muito romântica e gosto de zelar por um parceiro, mas é difícil entender que também adoro demonstrar o meu amor por mim? Não me poupei presentes para o dia dos namorados. Meu amor-próprio me deu perfumes e um anel maravilhoso. Como ele é gentil e atencioso! Também quis me dar chocolates, mas lembramos o quanto isso pode afetar os meus quadris, que já fazem inveja a muita baiana.
Hoje acordei ouvindo jazz e não preciso de melhor parceria (moradores de SP podem conferir o BMW Jazz Festival neste fim de semana). Não deve me levar para jantar, mas certamente vamos assistir algum filme enrolados no cobertor. Recomendou que eu fosse ao salão de beleza no sábado e irei. Não tenho medo da escova (e é bastante provável que não entendam o trecho). Está tudo bem.
Sei que não terei um beijo ao fim da noite. Ou sim. Quem sabe não marcamos um encontro a três? Tenho lá as minhas dúvidas. Certamente me levarei para a cama, como todos os dias (licença poética para a cacofonia, obrigada).
Às vezes, eu queria esquecer por um dia quem eu sou, ser imprevisível para mim. Chegou a hora de pagar a conta do analista? Cazuza já cantava antes mesmo que eu sonhasse me apaixonar:

"Ideologia

Meu partido
É um coração partido
E as ilusões
Estão todas perdidas
Os meus sonhos
Foram todos vendidos
Tão barato
Que eu nem acredito
Ah! eu nem acredito...
Que aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Frequenta agora
As festas do "Grand Monde"...
Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
Eu quero uma pra viver...
O meu prazer agora é risco de vida
Meu sex and drugs
Não tem nenhum rock 'n' roll
Eu vou pagar a conta do analista
Pra nunca mais
Ter que saber quem eu sou
Ah! saber quem eu sou..."

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Meu lado "Marcellão"



Sou o filho que meu pai não teve, e olha que tenho irmão. Sou a caçula e realizei o sonho do meu pai de ter uma companhia para o futebol, lutas e discussões sobre carros. É comum que um cutuque o outro no trânsito e aponte para um novo modelo, comente valores, potência, conforto e assim por diante. Meu irmão finge que gosta de futebol, mas não sabe nem o que é impedimento. É só uma forma de aplacar o desgosto de um velho carioca que é Fluminense desde pequenininho.
Nunca tive laços muito estreitos com o meu pai, mas reconheço que esse meu excesso de testosterona faz a diferença. Compartilhamos interesses, mas não o mesmo time. Quando morava em Recife, torcia para o Náutico. Ao chegar em São Paulo, transitei e, ratificando em 01/08/2011, virei corinthiana...estou rendida [insira seu trocadilho aqui]. Nem sou de rivalidades.
Lembro de sair às pressas para a padaria em tempos de Copa do Mundo. Beliscar é indispensável! Sequer importa se o meu time está jogando. Gosto de jogo e ponto. Ligo a televisão e assisto ao campeonato espanhol ou italiano. Em tempos de Libertadores, teremos sérios problemas se você me ligar numa quarta-feira à noite. Não rejeito outros esportes, apenas sinto que o futebol tem um quê de especial. Minha mãe diz "Que prazer besta! Um bando de machos correndo atrás de uma bola", mas qual prazer seria digno de importância? Assistir a uma novela cheia de clichês e falso compromisso social? Socorro.
Meus amigos me enviam emails para confirmar se eu já escalei meu time no Cartola FC. O chamado é carinhoso: Marcellão. Custei a ganhar o respeito dos meus amigos e mostrar que não sou mais uma mulher que espera atrair homens fingindo interesse por esportes. Gosto de futebol, mas para assistir. Se fosse praticar um esporte - e não apenas correr - escolheria o boxe, mas me recusaria a comprar luvas cor-de-rosa. Sinto vergonha alheia quando avisto um par do tipo. Se é pra dar e levar porrada, que seja com dignidade! Ainda não lançaram a "Barbie hematoma", imagino.
Quem sabe, se o Brasil receber mesmo a Copa em 2014, eu não possa torcer a plenos pulmões. Vamos cruzar os dedos!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

"Moço, virando ali, eu dou aonde?"

Sim, eu peço informações como no título e, com os genes cariocas que carrego, costumo me sair bem de respostas maliciosas.
Tenho certeza de que não passo mais constrangimento do que gente que pede dois cacetinhos na padaria!
Adoro regionalismos, carrego todos comigo. Reza a lenda que tenho o dom de deixar qualquer pessoa à vontade e por isso minhas conversas duram horas. Sou ótima companhia em consultórios, filas de supermercado etc.
Mas será que jeitinho carioca pode ser classificado como regionalismo? Será que é algo que se pega apenas morando no Rio de Janeiro? Acredito que esteja no sangue, seja pessoal e intransferível.
Claro que carregamos nas costas o preconceito de todos os outros Estados, o estigma do sotaque de chaleira, o biscoito que é comido apenas no nosso perímetro. Todo o restante da população brasileira come bolacha. Ofereça uma bolacha ao carioca errado e experimente acordar numa banheira cheia de gelo.
Não se trata apenas de sotaque, território, mas de bom humor, charme, gingado.
Por que o povo carioca é tão feliz? As contas se acumulam, mas em circunstância alguma se cogita cancelar o churrasco do fim de semana. Nem que tenha apenas coraçãozinho e Itaipava. Somos irresponsáveis? Caixão não tem gaveta, diz a sabedoria popular. É muito provável que o exemplo dado acima tenha remetido a uma imagem de mais profunda pobreza, mas foi a intenção. Mesmo o carioca sem grandes regalias tem um sorriso largo para mostrar dia após dia.
Talvez o que nos estimule seja a paisagem que se faz cartão-postal tão despropositadamente - o Rio é uma pin-up -, mas a minha melhor teoria é: este povo não precisa de muito para ser feliz, incorporou o sentimento ao estilo de vida.
Para você que está lendo o meu texto: aquele abraço!

sábado, 16 de abril de 2011

E o primeiro pedaço vai para...

Adoro fazer aniversário! Sinto como se realmente houvesse um dia do ano feito sob medida para mim. Recebo muitos presentes, ligações, mensagens no celular e até tenho broncas adiadas pela minha mãe. Nem acredito que já cheguei aos 22 anos. Não é que o tempo voa mesmo após os 18? Posso dizer que nunca me senti tão orgulhosa de mim. Não que eu tenha grandes feitos, pelo contrário, ainda tenho muitas coisas inacabadas, mas eu cheguei lá, não cheguei? Cheguei mais longe do que as outras pessoas da minha idade, e escolhi me despir de pudores no dia de hoje. É o meu direito, quero ser convencida! Quero correr nua entre uma multidão ou me jogar às gargalhadas em uma piscina. Eu quero, eu posso e eu sempre vou fazer...do meu jeito.
Será que eu quero mesmo saber bem mais que os meus 20 e poucos anos? Gosto de ser ingênua, me apegar ao fator surpresa...mas só de vez em quando!
Imaginei que a esta altura do campeonato estaria casada, talvez planejando um filho. Nunca fiquei tão feliz pelo plano adiado, por ter terminado um relacionamento longo, por ter perdido o chão. Sou feita de todas as circunstâncias e valeu cada lágrima derramada, cada decepção.
Não tenho por perto todos que amo, também não escolhi nenhum bolo personalizado ou uma programação exorbitante. Pela primeira vez em anos, posso dizer que me sinto feliz apenas por existir. Meu bolo não teve velinha, mas, ao acordar, sentei na cama, apertei bem os olhos e me desejei. Isso mesmo! Quero ser eu todos os dias, e que eu nunca me permita ser menos.Deixo com vocês a música que me define desde muito antes desta idade e o meu pedaço de bolo, afinal, eu sou um belo clichê:

Raimundos - 20 e Poucos Anos (é, eu sei que a composição é do Fábio Jr.!)

Você já sabe
Me conhece muito bem
Eu sou capaz de ir
Vou muito mais além
Do que você imagina...

Eu não desisto
Assim tão fácil meu amor
Das coisas que
Eu quero fazer
E ainda não fiz
Na vida tudo tem seu preço
Seu valor
E eu só quero dessa vida
É ser feliz
Eu não abro mão...

Nem por você
Nem por ninguém
Eu me desfaço
Dos meus planos
Quero saber bem mais
Que os meus 20
E poucos anos...(2x)

Tem gente ainda
Me esperando pra contar
As novidades que eu
Já canso de saber
Eu sei também
Tem gente me enganando
Ah! Ah!
Mas que bobagem
Já é tempo pra crescer
Eu não abro mão...

Nem por você
Nem por ninguém
Eu me desfaço
Dos meus planos
Quero saber bem mais
Que os meus 20 e poucos anos...(4x)

terça-feira, 12 de abril de 2011

Chiclete sabor desespero

Querido homem, tenho algumas críticas para tecer e venho com um tubo de vaselina para facilitar. Calma, eu prometo fazer com carinho. Apenas feche os olhos e faça força para fora.
Por que quando são rejeitados somos taxadas de vagabundas? Por que você é bom demais e todos os outros são cafajestes? Já pensou no fator "não estou interessada em você"? Juro, há um filme muito interessante sobre isso, talvez possa ajudar na assimilação da matéria.Incluirei em nosso material didático.
Entendo que você seja gentil, queira agradar e preencha todos os requisitos do manual "Como passar de grande amigo a namorado em 5 passos", mas quando não há química, não haverá fórmula que mude o resultado.
O cara perfeito arquitetado cuidadosamente por você se torna um ser pegajoso, e transforma qualquer mulher num possível alvo de contratação dos maiores clubes do Brasil. Haja drible!
Costumo lidar com mulheres de baixa auto-estima, mas os homens são uma parcela crescente. Não se deve mudar por ninguém. Soa mais falso do que vocês imaginam! Eu sempre começo relacionamentos por acidente. Um papinho sobre nada termina em "temos tanto em comum!". Fazer-se interessante é assumir cada defeito que se tenha, não tentar exaltar suas qualidades. Tirem a máscara. Maquiagem apenas para mulheres!
Homem, você já pensou em se amar? Eu sei que é uma tarefa difícil, que a arrogância acaba cruzando o caminho, tomando o volante e "recalculando a rota". Jogue fora esse GPS. Assuma riscos, seja direto, não nos cozinhe em banho-maria. Não há nada tão irritante quanto um homem que cerca o tempo todo, como se estivesse prestes a desferir um golpe fatal.
Fico me perguntando qual seria o real motivo das investidas. Sexo? Paguem uma prostituta, não há nada de mal nisso. Vocês são solteiros e usam o próprio dinheiro, não devem satisfações. Não se enganem pensando que sai caro. A mocinha que vocês tanto idolatram pode ser frígida, sem mobilidade, como a maior parte das mulheres que não querem passar de "rodadas" costuma ser. Uma delas vai fingir do jeito que você prefere.
Sendo o problema um pouco mais profundo, como uma busca ensandecida por amor, use uma tática indolor: troque um olhar demorado. É a melhor forma de saber se é correspondido ou tem alguma chance.Poupe seu tempo.
A verdade é que sempre existe aquela mulher que adora ter um capacho, contar sobre todos os affairs para aquele sujeito que a ama platonicamente e é chamado de "irmãozinho". Ela não entende por que você reprova todos e se emburra quando ela inicia o assunto, né? Um poço de ingenuidade essa moça! Meus pêsames pelo encosto.
Homens, não me decepcionem assim. Vocês estão dando muito fácil!


sábado, 2 de abril de 2011

Na dúvida...gentileza!

Apressada como todo morador de São Paulo vive, é comum que eu ignore trombadas e a ausência geral de boas maneiras. Quantas vezes por dia você pede desculpas? Se respondeu "várias", alguma coisa já está errada. Caso estivesse agindo certo, não teria que se desculpar. Uma vez ou outra é gentileza.
Xingar alguém que acabou de pisar no seu pé é limitar o espaço da educação. Não há tempo hábil para se redimir. Acabamos trocando farpas desnecessárias.
Não vou dizer que sou o tipo de pessoa que sai pelas ruas com um sorriso. Pelo contrário, sou sisuda, concentrada, estou mil passos à frente do caminho que faço. Essa concentração acaba se transformando em distração, e assim ocorrem os acidentes. Aquela passagem abrupta a passos largos. Somos apressados, mas não somos más pessoas.
Muitos já me perguntaram "alguém te dá bom dia?". Sim, todos que convivem comigo, mas a priori, não. Costumo dizer que se carisma estivesse à venda, eu o compraria mais do que feijão.
Minha forma de cumprimento é o olhar, muitas vezes ignorado. Já me surpreendi com um olhar luminoso retornado por uma pessoa que parecia inflexível.
A verdade é que nenhum de nós sabe quanto chumbo o outro carrega nas costas. Aquela velha história: todo mundo vê as pingas que tomo, mas ninguém vê os tombos que eu levo.
A gentileza parece um esforço a mais, dispensável. Por que ser gentil se a porrada que se toma vem dez vezes mais forte e por todos os lados? Porque todos precisam de um afago. A teoria é linda, mas não basta plantar a semente, tem que regar!
Ofereça ajuda a um vizinho, nem que seja para andar 20 metros com suas compras até a entrada de serviço. Dê bom dia a todos, não importa a hierarquia. Ignorar um porteiro ou uma faxineira é dar uma bofetada em quem colabora para o seu bem-estar. Seja grato.
Venha! Vamos viver dias de primavera!