sábado, 25 de maio de 2013

Sem vergonha

Muito se fala em atitude quando o assunto é "flerte". E não se engane o tarzan que achar que desfilar sem camisa por aí seja o bastante.

O mundo está preguiçoso até para o tesão. Flertar virou comidinha de microondas: você prepara por 10 minutinhos com um calor artificial e reza para aquela opção mais fácil ser gostosa.

Eu entendo que a aproximação já seja um passo bem difícil. A possibilidade de rejeição nos assombra e um caminho de ovos não facilita o processo, mas oportunidade se cria. E se aproveita.

Por mais que haja a idealização do tipo ideal (hello, você que sai pra balada com um retrato-falado, a Nokia já criou esse case!), é um fato que estamos abertos a quem possa se interessar, como aviso de elevador. Nada como se permitir. E se valorizar.

Você é incrível. Destila sua confiança com infâmias, conhece seu território e sabe qual é o limite para a arrogância. Puxa assunto, passa vergonha e não sabe exatamente aonde quer chegar. Talvez, seja apenas um alongamento. É bom estar preparado quando precisar correr de verdade. Charme se exercita.

Nem preciso comentar que aproximações mais apuradas exigem um ambiente adequado. Num bar à meia-luz, quem sabe. Ouvindo refrões como "Grab somebody sexy tell 'em hey / Give me everything tonight" no meio de um bate-cabelo, não. Até mesmo um chat no Facebook parece uma boa opção (e é a escolha mais corriqueira, diga-se de passagem).
Confesso que me derreto com as coisas mais simples; nada de show pirotécnico. Serenata de amor, só se for o bombom.
Sábio quem se dá conta de que ser natural é a melhor arma de sedução.

Em um relacionamento preocupante


Estive refletindo sobre a dinâmica doentia de alguns relacionamentos que já tive e que observo.
Então, se você desconfia que está numa furada, sugiro que leia as dicas que deixei abaixo.

Você está em um relacionamento preocupante quando...

1. Há invasão de espaço e perde-se a referência de identidade (troca de senhas, checagem no celular, fotos apenas de casal como identificação, concordar com pensamentos que jamais passariam pela sua cabeça...)

2. Um grita, chora, implora, e o outro continua a discutir, como se nada estivesse acontecendo, chegando a desdenhar. Sadismo puro. Melhor parar tudo e dar um abraço forte. Na verdade, melhor jamais chegar a esse ponto.

3. Ele(a) cria caso com pessoas que nunca tiveram nada com você, e nem desejam ou provocam. Escolhe seus amigos.

4. Ele(a) curte fotos suas no Facebook com um amigo do sexo oposto só para marcar território. Melhor fazer xixi nele(a), ok? Mais efetivo. Nada alimenta tanto o ego de uma pessoa quanto se sentir uma ameaça.

5. Uma terceira pessoa é "o motivo" das discussões do casal. Mentira. Os únicos culpados são vocês dois. Seja por deixar uma paranoia crescer, ou por realmente permitir que uma terceira pessoa se insinue.

6. Um erro é apontado, e, em vez de corrigi-lo, o seu parceiro acha que é a vez dele de acusar "porque não é só você que pode!"

7. A palavra "desculpa" se torna uma raridade.

8. Você precisa planejar todos os seus passos para não ter uma discussão.

9. Começa um ciclo de ligações não-atendidas e mensagens sem resposta.

10. A reconciliação se torna a parte mais gostosa do relacionamento. Talvez, porque seja a única.

11. Você sente raiva de quem tenta alertá-lo(a), exatamente porque você já sabe que está tudo errado.

12. Sentimos mais medo de ver tudo acabar do que ansiedade em rever o outro.

13. Lemos listas assim e balançamos a cabeça assertivamente, ao menos uma vez.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

No way!


Se fazer de besta pra sobreviver, por muito tempo, pode torná-lo ator de um personagem só. Eu prefiro à moda do Tarantino: derrame o sangue que for necessário para garantir o espetáculo. Por isso sei que, quando me faço de besta, é free-lancer.

Pessoas manipuladoras existem porque as pessoas permissivas estão em igual proporção. Esses bichos só se criam se você alimentá-los.
Não somos tão vítimas quanto pensamos, e somos mais vilões do que achamos que nos permitimos. Ambos são sedutores. Depende da sua fome.

Acredito que melhoramos a nossa qualidade de vida quando passamos a entender que perdoar alguém que nos causa mal estar com uma certa frequência - por qualquer motivo que seja - não é benevolência, e sim fraqueza. É preciso saber a hora de dizer "CHEGA!".

Mil justificativas serão ouvidas, ele(a) vai querer saber o seu signo para justificar as suas atitudes no cosmos, se sentir injustiçado, promessas serão feitas em vão. E você vai esquecer tudo como se fosse a Dory. Impeça isso.

Dar a 521493ª chance àquela colega que "vai participar mais do trabalho na próxima", ao namorado que é agressivo, ao amigo que dá as costas quando faz novos contatos, ao colega que nunca devolve o dinheiro etc, é o mesmo que acordar depois de um porre, debruçado na privada, cuspir uma pastilha verde e torcer para aquilo ser um Halls mentolado.

Um sábio poeta uma vez cantou que "suas ideias não correspondem aos fatos" e levo isso comigo. Perdoar é divino, mas o inferno é aqui na Terra. Se quiser alguma evolução espiritual, sugiro que faça isso sendo mais você.

sábado, 4 de maio de 2013

Independência ou morte!

"Podemos marcar para o sábado à noite?", me perguntaram. Respondi "não, já tenho planos". E o meu plano incluía ter tempo pra mim.

Sei que posso parecer desprendida, talvez indiferente ou egoísta, mas começo a me sentir incomodada quando passo tempo demais acompanhada. Programação 24x7 não me atrai.

Às vezes, mesmo entre risadas e abraços, estou com o pensamento distante, contando os segundos para chegar em casa e fazer algo parecido com... nada. Ou tudo. Mas só comigo. Parece papo de masturbação - o que não deixa de ser uma boa ideia -, mas sei que é só vontade de fazer o que sempre fiz, quando ninguém está observando.

Quero ouvir a mesma música 50 vezes; viajar numa ideia e começar uma planilha baseada em lugares a que nunca fui e pessoas que ainda não conheço; assistir a qualquer filme insano abraçada com um dos meus cachorros e discutir a trama; descer às 3h45 da manhã pensando em um Big Mac e acabar com um sanduíche de presunto, queijo, maionese e um pão de forma integral - pra ser saudável - dividido ao meio; quero trocar mensagens no Whatsapp com gente bêbada; tirar fotos da minha bunda naquelas calcinhas novas que comprei pra ver se fiquei bem e blablabla.

Pessoas tendem a se comportar como siamesas quando estão em um relacionamento. Desconhecem o conforto da solidão. O mundo fica de pernas pro ar se um compromisso for cancelado. "Vamos terminar!" é quase um mantra. Ameaças a todo instante, manipulação disfarçada de descontrole.
É por isso que tanta gente ameaça se matar quando um relacionamento termina.

Quem aprende a viver para si - delimitando tempo e espaço para o outro -, aprende a amar melhor o próximo também. É apenas uma questão de acordo e transparência, não?