segunda-feira, 18 de abril de 2011

"Moço, virando ali, eu dou aonde?"

Sim, eu peço informações como no título e, com os genes cariocas que carrego, costumo me sair bem de respostas maliciosas.
Tenho certeza de que não passo mais constrangimento do que gente que pede dois cacetinhos na padaria!
Adoro regionalismos, carrego todos comigo. Reza a lenda que tenho o dom de deixar qualquer pessoa à vontade e por isso minhas conversas duram horas. Sou ótima companhia em consultórios, filas de supermercado etc.
Mas será que jeitinho carioca pode ser classificado como regionalismo? Será que é algo que se pega apenas morando no Rio de Janeiro? Acredito que esteja no sangue, seja pessoal e intransferível.
Claro que carregamos nas costas o preconceito de todos os outros Estados, o estigma do sotaque de chaleira, o biscoito que é comido apenas no nosso perímetro. Todo o restante da população brasileira come bolacha. Ofereça uma bolacha ao carioca errado e experimente acordar numa banheira cheia de gelo.
Não se trata apenas de sotaque, território, mas de bom humor, charme, gingado.
Por que o povo carioca é tão feliz? As contas se acumulam, mas em circunstância alguma se cogita cancelar o churrasco do fim de semana. Nem que tenha apenas coraçãozinho e Itaipava. Somos irresponsáveis? Caixão não tem gaveta, diz a sabedoria popular. É muito provável que o exemplo dado acima tenha remetido a uma imagem de mais profunda pobreza, mas foi a intenção. Mesmo o carioca sem grandes regalias tem um sorriso largo para mostrar dia após dia.
Talvez o que nos estimule seja a paisagem que se faz cartão-postal tão despropositadamente - o Rio é uma pin-up -, mas a minha melhor teoria é: este povo não precisa de muito para ser feliz, incorporou o sentimento ao estilo de vida.
Para você que está lendo o meu texto: aquele abraço!

sábado, 16 de abril de 2011

E o primeiro pedaço vai para...

Adoro fazer aniversário! Sinto como se realmente houvesse um dia do ano feito sob medida para mim. Recebo muitos presentes, ligações, mensagens no celular e até tenho broncas adiadas pela minha mãe. Nem acredito que já cheguei aos 22 anos. Não é que o tempo voa mesmo após os 18? Posso dizer que nunca me senti tão orgulhosa de mim. Não que eu tenha grandes feitos, pelo contrário, ainda tenho muitas coisas inacabadas, mas eu cheguei lá, não cheguei? Cheguei mais longe do que as outras pessoas da minha idade, e escolhi me despir de pudores no dia de hoje. É o meu direito, quero ser convencida! Quero correr nua entre uma multidão ou me jogar às gargalhadas em uma piscina. Eu quero, eu posso e eu sempre vou fazer...do meu jeito.
Será que eu quero mesmo saber bem mais que os meus 20 e poucos anos? Gosto de ser ingênua, me apegar ao fator surpresa...mas só de vez em quando!
Imaginei que a esta altura do campeonato estaria casada, talvez planejando um filho. Nunca fiquei tão feliz pelo plano adiado, por ter terminado um relacionamento longo, por ter perdido o chão. Sou feita de todas as circunstâncias e valeu cada lágrima derramada, cada decepção.
Não tenho por perto todos que amo, também não escolhi nenhum bolo personalizado ou uma programação exorbitante. Pela primeira vez em anos, posso dizer que me sinto feliz apenas por existir. Meu bolo não teve velinha, mas, ao acordar, sentei na cama, apertei bem os olhos e me desejei. Isso mesmo! Quero ser eu todos os dias, e que eu nunca me permita ser menos.Deixo com vocês a música que me define desde muito antes desta idade e o meu pedaço de bolo, afinal, eu sou um belo clichê:

Raimundos - 20 e Poucos Anos (é, eu sei que a composição é do Fábio Jr.!)

Você já sabe
Me conhece muito bem
Eu sou capaz de ir
Vou muito mais além
Do que você imagina...

Eu não desisto
Assim tão fácil meu amor
Das coisas que
Eu quero fazer
E ainda não fiz
Na vida tudo tem seu preço
Seu valor
E eu só quero dessa vida
É ser feliz
Eu não abro mão...

Nem por você
Nem por ninguém
Eu me desfaço
Dos meus planos
Quero saber bem mais
Que os meus 20
E poucos anos...(2x)

Tem gente ainda
Me esperando pra contar
As novidades que eu
Já canso de saber
Eu sei também
Tem gente me enganando
Ah! Ah!
Mas que bobagem
Já é tempo pra crescer
Eu não abro mão...

Nem por você
Nem por ninguém
Eu me desfaço
Dos meus planos
Quero saber bem mais
Que os meus 20 e poucos anos...(4x)

terça-feira, 12 de abril de 2011

Chiclete sabor desespero

Querido homem, tenho algumas críticas para tecer e venho com um tubo de vaselina para facilitar. Calma, eu prometo fazer com carinho. Apenas feche os olhos e faça força para fora.
Por que quando são rejeitados somos taxadas de vagabundas? Por que você é bom demais e todos os outros são cafajestes? Já pensou no fator "não estou interessada em você"? Juro, há um filme muito interessante sobre isso, talvez possa ajudar na assimilação da matéria.Incluirei em nosso material didático.
Entendo que você seja gentil, queira agradar e preencha todos os requisitos do manual "Como passar de grande amigo a namorado em 5 passos", mas quando não há química, não haverá fórmula que mude o resultado.
O cara perfeito arquitetado cuidadosamente por você se torna um ser pegajoso, e transforma qualquer mulher num possível alvo de contratação dos maiores clubes do Brasil. Haja drible!
Costumo lidar com mulheres de baixa auto-estima, mas os homens são uma parcela crescente. Não se deve mudar por ninguém. Soa mais falso do que vocês imaginam! Eu sempre começo relacionamentos por acidente. Um papinho sobre nada termina em "temos tanto em comum!". Fazer-se interessante é assumir cada defeito que se tenha, não tentar exaltar suas qualidades. Tirem a máscara. Maquiagem apenas para mulheres!
Homem, você já pensou em se amar? Eu sei que é uma tarefa difícil, que a arrogância acaba cruzando o caminho, tomando o volante e "recalculando a rota". Jogue fora esse GPS. Assuma riscos, seja direto, não nos cozinhe em banho-maria. Não há nada tão irritante quanto um homem que cerca o tempo todo, como se estivesse prestes a desferir um golpe fatal.
Fico me perguntando qual seria o real motivo das investidas. Sexo? Paguem uma prostituta, não há nada de mal nisso. Vocês são solteiros e usam o próprio dinheiro, não devem satisfações. Não se enganem pensando que sai caro. A mocinha que vocês tanto idolatram pode ser frígida, sem mobilidade, como a maior parte das mulheres que não querem passar de "rodadas" costuma ser. Uma delas vai fingir do jeito que você prefere.
Sendo o problema um pouco mais profundo, como uma busca ensandecida por amor, use uma tática indolor: troque um olhar demorado. É a melhor forma de saber se é correspondido ou tem alguma chance.Poupe seu tempo.
A verdade é que sempre existe aquela mulher que adora ter um capacho, contar sobre todos os affairs para aquele sujeito que a ama platonicamente e é chamado de "irmãozinho". Ela não entende por que você reprova todos e se emburra quando ela inicia o assunto, né? Um poço de ingenuidade essa moça! Meus pêsames pelo encosto.
Homens, não me decepcionem assim. Vocês estão dando muito fácil!


sábado, 2 de abril de 2011

Na dúvida...gentileza!

Apressada como todo morador de São Paulo vive, é comum que eu ignore trombadas e a ausência geral de boas maneiras. Quantas vezes por dia você pede desculpas? Se respondeu "várias", alguma coisa já está errada. Caso estivesse agindo certo, não teria que se desculpar. Uma vez ou outra é gentileza.
Xingar alguém que acabou de pisar no seu pé é limitar o espaço da educação. Não há tempo hábil para se redimir. Acabamos trocando farpas desnecessárias.
Não vou dizer que sou o tipo de pessoa que sai pelas ruas com um sorriso. Pelo contrário, sou sisuda, concentrada, estou mil passos à frente do caminho que faço. Essa concentração acaba se transformando em distração, e assim ocorrem os acidentes. Aquela passagem abrupta a passos largos. Somos apressados, mas não somos más pessoas.
Muitos já me perguntaram "alguém te dá bom dia?". Sim, todos que convivem comigo, mas a priori, não. Costumo dizer que se carisma estivesse à venda, eu o compraria mais do que feijão.
Minha forma de cumprimento é o olhar, muitas vezes ignorado. Já me surpreendi com um olhar luminoso retornado por uma pessoa que parecia inflexível.
A verdade é que nenhum de nós sabe quanto chumbo o outro carrega nas costas. Aquela velha história: todo mundo vê as pingas que tomo, mas ninguém vê os tombos que eu levo.
A gentileza parece um esforço a mais, dispensável. Por que ser gentil se a porrada que se toma vem dez vezes mais forte e por todos os lados? Porque todos precisam de um afago. A teoria é linda, mas não basta plantar a semente, tem que regar!
Ofereça ajuda a um vizinho, nem que seja para andar 20 metros com suas compras até a entrada de serviço. Dê bom dia a todos, não importa a hierarquia. Ignorar um porteiro ou uma faxineira é dar uma bofetada em quem colabora para o seu bem-estar. Seja grato.
Venha! Vamos viver dias de primavera!