Sim, eu peço informações como no título e, com os genes cariocas que carrego, costumo me sair bem de respostas maliciosas.Tenho certeza de que não passo mais constrangimento do que gente que pede dois cacetinhos na padaria!
Adoro regionalismos, carrego todos comigo. Reza a lenda que tenho o dom de deixar qualquer pessoa à vontade e por isso minhas conversas duram horas. Sou ótima companhia em consultórios, filas de supermercado etc.
Mas será que jeitinho carioca pode ser classificado como regionalismo? Será que é algo que se pega apenas morando no Rio de Janeiro? Acredito que esteja no sangue, seja pessoal e intransferível.
Claro que carregamos nas costas o preconceito de todos os outros Estados, o estigma do sotaque de chaleira, o biscoito que é comido apenas no nosso perímetro. Todo o restante da população brasileira come bolacha. Ofereça uma bolacha ao carioca errado e experimente acordar numa banheira cheia de gelo.
Não se trata apenas de sotaque, território, mas de bom humor, charme, gingado.
Por que o povo carioca é tão feliz? As contas se acumulam, mas em circunstância alguma se cogita cancelar o churrasco do fim de semana. Nem que tenha apenas coraçãozinho e Itaipava. Somos irresponsáveis? Caixão não tem gaveta, diz a sabedoria popular. É muito provável que o exemplo dado acima tenha remetido a uma imagem de mais profunda pobreza, mas foi a intenção. Mesmo o carioca sem grandes regalias tem um sorriso largo para mostrar dia após dia.
Talvez o que nos estimule seja a paisagem que se faz cartão-postal tão despropositadamente - o Rio é uma pin-up -, mas a minha melhor teoria é: este povo não precisa de muito para ser feliz, incorporou o sentimento ao estilo de vida.
Para você que está lendo o meu texto: aquele abraço!

