Dizem que estou numa idade em que ainda se acredita que seja possível mudar o mundo. Sequer sabia que esperança e atitude possuem prazo de validade.
Não que eu espere salvar o mundo das cáries, mas devo mudar pelo menos o meu país.
Pode ser muita presunção minha me julgar tão importante, mas tenho consciência do meu potencial. Seria injusto estender a minha mão a alguém e dizer "confie em mim", se eu mesma não acreditasse nisso. Por falar em "pode ser", existe proposta melhor do que a do comercial da Pepsi? Antes mesmo que a ideia fosse lançada, eu já levava como estilo de vida. Por que não topar algo inusitado? Um convite? Assumo riscos, e vez ou outra eles me partem a cara. Mesmo assim, gosto do que faço. O mesmo convite é feito pelo filme "Sim, senhor!", com Jim Carrey, e eu não poderia achar mais brilhante.
Costumam dizer que estar perdido como cego em tiroteio não é sinônimo de coisa boa. Discordo. No escuro aprimoramos nosso tato, e como as pessoas andam precisando disso! Não me importo em levar algumas balas. Custei a compreender quem se nega prazeres desconhecidos, mas agora aceito que se protejam. Meus riscos são morais e emocionais. Quanto aos físicos, guarda levantada.
Estive pensando por que muitas vezes ouço dos amigos que sou uma rocha, que admiram a minha coragem e mais uma rasgação de seda sem limites. Será que no fundo eu não sou só inconsequente? [que falta me faz o trema!] Talvez eu seja um pouco mais frágil do que imaginam. Preciso de proteção, colo, e mais do que um travesseiro para esmurrar quando tudo dá errado.
Ainda acredito em todos os clichês que a vida insiste em derrubar: no amor, na amizade sem interesse, na sorte lançada.
Brincar com a sorte deveria exigir fiador ou pelo menos garantia de que nas três primeiras vezes tudo vai dar certo.
Não digo sempre "sim", pelo contrário, sou fã de "talvez" e do tal de "pode ser"; gosto do benefício da dúvida. Acredito que só tenha adotado essa filosofia por ter deixado escapar entre os dedos pessoas importantes, situações transformadoras, experiências surreais. Está aí uma palavra que muitos usam para definir a mim e as minhas atitudes: surreal. Provável que muitas vezes "surreal" substitua com delicadeza um "sem noção", mas ainda assim, sinto-me lisonjeada. Uma vida de puro controle não me traria satisfação.
Sei que muitas vezes saio da linha e tenho lá minhas dúvidas se sou o bêbado ou o equilibrista, mas valeu, João Bosco! Valeu, Elis!
"Dança na corda bamba
De sombrinha
E em cada passo
Dessa linha
Pode se machucar...
Azar!
A esperança equilibrista
Sabe que o show
De todo artista
Tem que continuar..."
5 comentários:
Marcelle a vida é isso mesmo, já fui como vc, mais sabe quando a vida muda? quando se tem filhos. É verdade! quando se tem filhos, vc irá desejar e querer uma vida mais regrada, com hora pra tudo, pra dormir, acordar, pra comer e sair, ao menos as boas mães são assim... aproveite enquanto e joven e livre como uma borboleta... aproveite!! Bjs
"Jogue as cartas leia minha sorte, tanto faz a vida como a morte o pior de tudo eu já passei" raul seixas
é a vida é uma ilusão.
eu concordo, Sim senhora rsrsrsrs tbm acho muito interessante as duas formas do filme e da pepsi, sei la só temos uma vida ea é feita pra viver!
A vida tem etapas e são nelas que algumas coisas mudam .. algumas , claro ...
http://andyantunes.blogspot.com/
A semiótica da foto conseguiu transmitir muito bem o que o texto contempla. Existem sim ilusões, quando dimensionamos algo ou algum desejo. Por isso são importantes os objetivos...
Se quiser:
http://eisolteoverbo.blogspot.com
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