sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Não pule 7 ondinhas. Mergulhe na minha demagogia.


Impossível chegar ao penúltimo dia do ano e não cair numa retrospectiva.
Estaria mentindo se dissesse que 2011 foi um ano de muitas realizações, mas seria injusta se negasse a importância dos últimos 363 dias.
Segurei muitas barras neste ano, coisa de fazer qualquer halterofilista morrer de inveja. Retomei uma luta de 2008 e por presunção estou certa da vitória; aprendi - mesmo que um pouco tarde - a fazer o que tem de ser feito.
Sei que 2011 foi o ano do “quase” e para 2012 só peço um empurrãozinho amigo, no diminutivo mesmo. Já tropecei demais.
Também sei que todos costumam desejar paz, prosperidade, dinheiro, sorte no amor e meia dúzia de coisas vazias em cartões piscantes nesta época do ano. Eu só desejo a vocês um pouco mais de atitude, por mais que isso nos deixe em situações ridículas.
Mude de carreira de uma vez, emagreça com herbalife ou get a life, troque de namorado(a) ou aceite a solidão de bom grado, escolha você. Vá atrás do que é seu e de tudo que você gostaria que fosse.
Daqui a um ano, quero reler a lista abaixo e me sentir feliz por vê-la quase sem resolução. Não faço planos frustrados, só quero acreditar que o acaso fará alguns planos melhores e ficarei um tanto sem tempo para essas banalidades.

Prometo em 2012...

• fazer a minha mãe um pouco mais feliz (é prioridade, não negocio!)
• aceitar que “desculpa” é apenas uma palavra com 8 letras, e que nela não há magia alguma
• fazer 524 receitas como no filme “Julie & Julia”, porque sou dessas bobas que se inspiram em filmes hollywoodianos
• não me apaixonar platonicamente, nem desprezar um apaixonado. Sem 8 ou 80.
• aceitar mais convites (para sair, nas redes sociais etc)
• ser uma profissional mais empenhada e em publicidade. Chega de velar o jornalismo.
• guardar mais dinheiro

e algumas coisas que merecem segredo. E aí, com quantas promessas você pretende se enganar neste Reveillon?

domingo, 18 de dezembro de 2011

Protest For Dummies


Agora que todos já mostraram suas versões para o encontro de um pitbull com a enfermeira que matou um yorkshire, permitam-me fazer uma análise.

Tenho 5 yorkshires em casa e obviamente fiquei abalada com o ocorrido. Demonstrei indignação, xinguei, assinei petição online e toda parafernalha que apareceu pela frente. Não vou dizer que me sinto mais cidadã por isso, pois não sou, mas tenho plena consciência de que nada além disso poderia ser feito por mim.

Não ouso erguer qualquer bandeira incitando mais violência. Posso falar as minhas besteiras no calor do momento e imaginar incontáveis formas de tortura, mas é a minha primeira reação, o meu instinto selvagem. Não prolongo a bestialidade.
Concordo que tal mulher desequilibrada deva pagar por isso e me consome saber que a pena para um crime tão brutal seja irrisória.

Notem que falo do crime da enfermeira contra o seu cachorro, sem comparação com outros crimes. Foco. O fato da vítima ser um cachorro não ameniza o ato.

Vocês precisam descer desse muro.Que raio de defensores dos animais vocês são quando implicam "se ela faz isso com um cachorro, o que não faz com uma criança?!"? Primeiro o cachorro é frágil por ser um yorkshire e comparam como seria a situação se fosse um pitbull, agora ele é um ser que poderia ter se defendido e a criança é mais indefesa do que ele?
Ou seria a vida do cachorro de uma categoria mais baixa e vocês estão se esquecendo de que toda forma de vida é sagrada? Se querem protestar, ao menos saibam do que estão falando.

De toda essa mobilização, fica apenas uma mensagem no subconsciente coletivo: a população julga que o que ocorreu foi uma infração menor, e a punição deve ser proporcional.

Li muitas mensagens condenando a atenção dada ao caso, todos os demagogos da alta temporada Natal-Reveillon lembrando das crianças que passam fome na Somália e não pude deixar de rir. Não que eu seja sádica, mas diante do caos de mais uma revolução coitadística, fui obrigada a rir.

Por que temos essa mania de lançar um problema sobre outro e ignorar o que precisa ser feito naquele exato instante? Um cachorro foi assassinado e queremos justiça PONTO
Ainda sabemos que mundo a fora pessoas passam fome, que os políticos nos roubam e outros crimes são cometidos contra PESSOAS.

A cada vez que soterramos uma injustiça com nossos problemas maiores, nos mostramos rasos como um pires. Uma camada por vez, por favor. O sistema é brando por nossa culpa. Nós ditamos as prioridades. Cada caso é um caso. Parem tanto de menosprezar a vida do cachorro ditando uma lista pré-pronta para levar ao microondas e servir crocante, quanto de incitar o assassinato da agressora.
A não ser que alguém aqui conheça uma boa agência de viagens que faça o roteiro Goiás-Inferno, o lugar dessa pessoa é na cadeia.

Extravazem, mas não se alimentem disso.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O dia em que NÃO fui seduzida pela webcam


Já faz algum tempo que conhecer alguém pela internet perdeu a aura de tabu. Existe uma infinidade de ferramentas que facilitam o processo. No entanto, sinto que fui vítima do Skype no último fim de semana.

Nunca estou apta ao uso. Sou do tipo que anda em casa como uma mendiga, mas resolvi encarar um bate-papo mesmo assim. Sempre penso que em tempos de guerra, urubu vira galinha. Não levo a sério.

Imediatamente após a abertura da imagem, tive longos 2 minutos de um close incômodo que mostrava uma língua serpenteando lábios finos, como se eu fosse um suculento sanduíche do Burger King. Por alguns instantes, me senti presa em uma música grudenta do Michel Teló. E falando sério: assim vocês me matam mesmo!

Dizem que sexo é uma arte, mas nunca imaginei que fosse de gênero cômico.
Vivemos num tempo em que a sexualidade é exacerbada pela mídia e todo indivíduo cria para si uma noção do que é sexy sem o menor exame de consciência. Bom senso e instinto estão fora de moda. Viramos bolo de caixinha, basta acrescentar alguns ovos e leite, e tem gente levando isso muito a sério. Podem me xingar pelo quadro terrível que acabo de pintar em suas mentes.

Perdi as contas de quantas fotos íntimas já recebi. Tenho um email cheio de caralhinhos. Sinto-me como o personagem de Lima Duarte em "Os sete gatinhos" que vai cagar e tem caralhinhos voadores desenhados na parede do banheiro.

O que há de tão erótico em um pênis ereto? Que tipo de comentários esperam da minha parte? "Muito bonita a cabeça. Design anatômico, parece confortável...posso sentar?". Perdeu-se a noção do ridículo.

Homens não são excitantes quando beijam seus músculos - vamos combinar: braços grandes qualquer bonecão de posto tem! - e mulheres não despertam nada além de risos quando jogam o cabelo para o lado.Atitudes teatrais são broxantes!

Não que eu seja lá muito saudável, mas neste caso, prefiro comida natural. Esse povo que se pede para viagem é caro e faz mal para a saúde.